Atualmente é muito comum ouvir dizer que tal pessoa tem TOC pelo simples fato dela ser mais organizada, mas ele vai muito além disso.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo é caracterizado por pensamentos ou imagens repetitivos, indesejados e que são interpretados como um perigo. Eles não possuem sentido, porém geram um enorme sofrimento para a pessoa, visto que ela acredita que se nada for feito, aquela consequência imaginada irá acontecer, elevando assim, algumas sensações com as quais ela precisa se livrar o mais rápido possível, e é aí que as compulsões são originadas, ou o famoso ritual.
Vamos a um exemplo:
Uma pessoa tem pensamentos obsessivos que não pode misturar duas cores de roupas, as camisetas brancas precisam estar separadas das azuis e caso elas se misturem, algo de muito ruim pode acontecer, algum familiar pode sofrer um acidente. Se por algum motivo as roupas se misturam ou ela imagina que isso aconteceu, é necessário realizar um ritual para que o familiar não sofra o acidente. Esse ritual muda de pessoa pra pessoa e até de tempos em tempos, ele não necessariamente precisa ser feito através de comportamentos, muitas vezes são realizados apenas com o pensamento.
Os portadores desse transtorno têm um sofrimento bem intenso, visto que muitos sabem que os pensamentos obsessivos não possuem sentido, que não são reais, mas infelizmente não conseguem lidar com todas aquelas sensações.
Não se pode negar que a rotina acaba sendo alterada, visto que algumas coisas e situações precisam ser evitadas, nisso há um comprometimento em diversos âmbitos da vida, como no profissional, social e até no funcionamento familiar.
Embora não seja recomendado, a família acaba realizando modificações em seu funcionamento diário a fim de minimizar o sofrimento do portador desse transtorno, muitas vezes não fazem por mal, simplesmente acreditam que estão fazendo o melhor, daí a necessidade de um trabalho psicoterapêutico também com os familiares.
Falando em tratamento, além da psicoterapia onde esses pensamentos e medos serão desconstruídos, é necessário ainda a avaliação com o médico psiquiatra, pois em muitos casos há sim a necessidade de intervenção medicamentosa.
É importante salientar, que metade dos indivíduos com TOC apresentam pensamentos suicidas*, e por isso é muito importante os familiares e todos os profissionais envolvidos fiquem atentos ao menor sinal de algo nesse sentido, e por favor, abandonem a falsa ideia de que "quem quer tirar a própria vida não anuncia, simplesmente vai lá e faz", essa é a pior besteira que alguém pode dizer.
Ao menor sinal, procurem ajuda, porque SIM, quem quer tirar a vida precisa de atenção e cuidados.
*Fonte DSM V
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